A ergotioneína, EGT, é um aminoácido, ou seja, um constituinte das proteínas, derivado da histidina e que inclui um átomo de enxofre. Este composto natural e solúvel na água e foi isolado pela primeira vez em 1909 num fungo parasita, o Claviceps purpurea, o conhecido fungão do centeio. Contudo, foi preciso esperar mais de um século até que a sua síntese pudesse ser realizada em laboratório. Esta molécula foi reconhecida “GRAS” (geralmente reconhecida como segura), ou seja, não tóxica, pela FDA americana. Pode, por isso, ser utilizada nos alimentos e bebidas funcionais, bem como em suplementos.
¤ A L-ergotioneína é sintetizada pelo fungos e pelas micobactérias. Incorporada nas plantas, é ingerida pelos animais e pelos seres humanos através da alimentação. As principais fontes alimentares são os cogumelos comestíveis, o feijão preto, o feijão vermelho, a sêmea de aveia, o alho e alguns produtos à base de carne (fígado e rim).
¤ Nos tecidos humanos e animais, a L-ergotioneína está concentrada nos órgãos que sofrem um nível elevado de stress oxidativo: o fígado, os rins, o coração, a pele, os pulmões, o baço, o intestino delgado e o sangue (em especial nos eritrócitos), bem como nos tecidos oculares e no plasma seminal.
¤ Desde logo, nas pesquisas efetuadas sobre esta substância, constataram-se as suas propriedades notáveis no tocante ao stress oxidativo, do qual conhecemos o papel essencial nas doenças associadas ao envelhecimento, tendo a ergotioneína sido usada, no início, como medicamento para tratar danos hepáticos graves, casos de cataratas, complicações diabéticas ou doenças cardíacas.
¤ No domínio estético, apercebemo-nos também que poderia ser aplicada diretamente na pele na prevenção de rugas e outros sinais de envelhecimento no caso de danos foto-oxidativos causados pelo sol. Esta substância, naturalmente presente na pele, tem a capacidade de contrabalançar o efeito dos mediadores chave implicados no envelhecimento cutâneo, e em particular no fotoenvelhecimento cutâneo.
O único antioxidante dotado de um sistema de transporte específico
¤ A L-ergotioneína tem a propriedade excecional de se fixar verdadeiramente no centro de certas células, por exemplo os eritrócitos, ao invés de outros antioxidantes clássicos como as vitaminas C e E por exemplo. Atravessa a membrana celular através de um transportador, a proteína OCTN1. Trata-se portanto de uma potente substância antioxidante intracelular, tão importante como a L-glutationa.
¤ Além disso, revelou-se uma potente substância quelante, o que lhe permite associar-se aos metais pesados tóxicos, protegendo contudo as células sanguíneas da todas as formas de danos.
¤ Por fim, os investigadores, cativados pelas suas propriedades antioxidantes, debruçaram-se depois sobre o seu efeito anti-inflamatório dado que a ergotioneína atua, entre outras coisas, na interleucina, uma citocina pró-inflamatória.
¤ No organismo humano, as propriedades da ergotioneína são múltiplas:
- desativa as moléculas de oxigénio reativo (radicais livres). Combate assim o stress oxidativo e permite reduzir os danos do ADN mitocondrial, a oxidação das proteínas e a peroxidação lipídica;
- quelata, ou seja aprisiona, diversos catiões metálicos positivos;
- tem a possibilidade de ativar enzimas antioxidantes como a glutationa peroxidase ou a SOD, inibindo as enzimas geradoras do radical superóxido;
- reduz a oxidação de diversas hemoproteínas como a hemoglobina e a mioglobina;
- protege as mitocôndrias;
- reduz os efeitos nocivos dos raios ultravioleta;
- conserva e mantém os níveis de outros antioxidantes tais como a vitamina C, a vitamina E, a glutationa e a SOD;
- protege o cérebro contra as neurotoxinas e desempenha, por isso, um papel útil contra a degradação das funções cognitivas;
- propicia a respiração celular e a lipólise das gorduras permitindo assim aumentar as capacidades energéticas e a resistência ao exercício físico;
- e por último, associada ao ácido hialurónico, à glucosamina, ao colagénio e à unha-de-gato, permite reduzir consideravelmente a dor e melhorar a mobilidade das articulações, mais especificamente a implicada nos movimentos redundantes dos trabalhos repetitivos, em apenas seis semanas de tratamento.
¤ Atualmente, esta substância é também objeto de múltiplos estudos relacionados, por exemplo, com doenças respiratórias agudas ou cutâneas. Mas, em todos os casos, a fonte comum subjacente reside nos mecanismos da inflamação, pois esta substância evidencia uma diferença crucial – já não se comporta como um antioxidante clássico mas, mais propriamente, como um “antioxidante anti-inflamatório”
O único antioxidante com uma semi-vida de trinta dias
¤ Uma outra característica fundamental é que possui – comparativamente aos restantes antioxidantes – uma semi-vida muito longa no corpo, de cerca de trinta dias, ao passo que, no caso dos antioxidantes clássicos, esta não ultrapassa os trinta segundos a trinta minutos.
Associamos assim à ergotioneína benefícios notáveis nas funções cognitivas, na visão, na imuno-modulação, na saúde pulmonar, nas funções reprodutoras, bem como inúmeros benefícios cutâneos, mas em caso algum ela pode ser sintetizada pelo organismo. Alguns autores consideram que é semelhante a uma vitamina, pois é indispensável ao bom funcionamento das células. Esta substância essencial à vida pode agora ser fornecida por meio de suplementos.
Dose diária: 1 cápsula
Número de doses por caixa: 30 |
Quantidade por dose |
L-Ergotioneína |
5 mg |
Outros ingredientes: Goma-arábica, farinha de arroz.
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adultos. Tomar uma cápsula por dia.